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Cidadania

O coletivo explodido na cidade, da correria e da má coordenação, consome-se para produzir um futuro digno.
Entretanto é digno para quem?
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O poder público das cidades, como amplo dissertador das políticas acaba por ter plena capacidade de criar espaços periféricos, tanto social quanto fisicamente falando, e ao emergir seu posicionamento centralizado em uma formalização esdrúxula para os indivíduos consegue dinamizar sua cidade em quem pode e quem nem deveria existir.

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É no apagamento da periferia que nasce os sujeitos que, se houvesse praticidade na constituição, teriam resguardado tanto sua integridade física, quanto também sua integridade cidadã.

A negação ao mínimo para as populações marginalizadas acaba por cada vez mais apontar para que a dita organicidade das cidades ditas de fluxos variados e de trabalho é nada além de uma exploração de indivíduos que não podem nem ser identificados, tendo em vista que nem vale muito a pena isso, porque sua participação no ciclo de cidadão e morador é pífio para um poder usufruído da governabilidade no Brasil.

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Nascem os excluídos enquanto crescem os afortunados do poder político brasileiro, é deles que o sacrifício dos marginalizados é saudado como para um bem-maior. Tudo englobado em uma capacidade de discurso de merecimento, mas é merecimento do que?

As condições cada vez mais degradantes das periferias - a falta de acesso - de uma política pública de acessibilidade ao básico, que existe nos planos públicos, como saúde e educação não são realidade, as moradias e a relação urbanas das vias e espaços comerciais também fogem de um planejamento, se não está sendo possível resguardar a integridade física como querem falar de imersão total de um cidadão? Cansados de apenas viver na cidade, deve-se criar a marginalidade a possibilidade de viver a cidade.

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Todo ser individual possui seus direitos e deveres protegidos e regidos pela Constituição. Todo ser individual deve ter suas necessidades e histórias reconhecidas e ouvidas, mas esta realidade não está presente na vida de muitos. Como alguém pode ser possuidor de direitos que ao menos lhe são dados? Como pode ser moldado pela sociedade, mas não conseguir moldá-la por não ser escutado? A Cidadania está diretamente relacionada a um Estado Democrático de Direito, Estado este que deve garantir a qualquer um o direito de ir, vir e existir, de maneira literal e igualitária.

A inclusão de pessoas e a democratização de espaços é a base para uma sociedade cidadã. Àqueles que não se sentem parte integrante do espaço em que habitam, passam a não possuir apego nem apreço por ele, logo não considerando-o também como seu.

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