A
Fortaleza
Na segunda metade do século XVI...
Durante o período que ficou conhecido como "União das Coroas Ibéricas" (1580-1640), o Brasil começa, de forma rudimentar, a produzir sistemas de fortificação, principalmente por conta da necessidade de proteção diante dos inimigos da coroa espanhola, agora também, coroa portuguesa. O primeiro conflito militar na Barra Grande aconteceu por causa de Edward Fenton, um inglês, que em 1583, chegou a Santos, um dos destinos de abastecimento mais importantes na rota para os que rumavam ao Estreito de Magalhães. Enquanto fazia comércio com os santistas, a Frota de Fenton foi atacada por Naus espanholas que também rumavam para o estreito de Magalhães. Esse incidente levou Andrés Equino, contador e responsável pela armada que expulsou Fenton, a ordenar a construção de um forte na entrada da Barra Grande da Vila de Santos, aproveitando-se da artilharia e materiais da nau Santa Maria de Begônia, que estava então destruída e cuja tripulação havia permanecido guarnecendo o forte.
Leia a história completa da
Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande
Linha do Tempo
Fundação da
VILA DE SÃO VICENTE
Chegada de
CRISTOVÃO COLOMBO
na América
Chegada de
PEDRO ÁLVARES CABRAL
ao Brasil
1532
Um ano após a chegada do Navegador, a Espanha pede ao Papa Alexandre VI que intermediasse. Assim foi criada a Bula Inter Caetera, a primeira forma de Divisa das Américas
1492
Consolidação da Terra como território Português. Por ordem de D. João III, Martim Afonso de Souza funda a primeira vila do Brasil
1500
Simbolismo protecionista da Coroa Portuguesa, para identificar a terra acordada no Tratado de Tordesilhas (1494) como posse do Império Português
1492-1532
Fundação de São Vicente
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João Leitão (John Whithall e seu amigo Richard Staper enviam um navio à Santos
Início da Povoação de Santos
Santos foi elevada à categoria de Vila
1578
1543
O navio enviado por eles foi o Minion of London, que chegou à Santos em 1581, um ano depois da União das Coroas Ibéricas (1580)
1546
A chegada abriu caminho para muitos outros Navegadores, entre eles Edward Fenton
1543-1578
Ascenção de Santos como ponto comercial
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X
Andrés Equino
1580
1582
Enquanto Fenton estava abastecendo em Santos, a Armada do Almirante Diogo Flores chega à Santos, graças às animosidades dentre as coroas Inglesas e Espanholas se inicia o primeiro embate militar na região.
Início da União Ibérica
Fenton partiu da Inglaterra decidido a fazer o percurso do estreito de Magalhães, passando pelo posto comercial Santista.
Contador e responsável pela frota espanhola. Ordenou a construção de um forte a partir dos destroços da Santa Maria de Begônia.
1583
Após afundar a Nau Santa Maria de Begônia, Fenton é expulso com algumas avarias e sem completar a missão nas índias.
1581-1584
O Primeiro encontro militar
1581
Almirante Diogo Flores II
"O Almirante espanhol Diogo Flores II "Capitão General das Costas do Brasil", com uma armada de 16 navios parte de Cádiz para percorrer as costas do Brasil até o Estreito de Magalhães onde deveria fortificar as duas margens."
Edward Fenton
1584
Bautista Antonelli: Engenheiro Militar Italiano
Início dos empreendimentos em Santos (1582)
Antonelli permanece em Santos projetando e dirigindo as obras da Fortaleza.
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Ataque de Thomas Cavendish à Santos
1591
É finalizada a construção da Fortaleza da Barra
Soldados espanhóis, liderados por Domingo de Garri, permanecem para guarnecer a Fortaleza
O ataque comprovou a ineficácia de uma Fortaleza isolada em Santo Amaro
No início do séc. XVII foi projetado um forte quadrangular no Crasto, porém não foi construído graças à falta de interesse da coroa.
A Fortaleza foi usada como símbolo da Coroa Espanhola na Vila de São Vicente, bem como o estabelecimento da família Habsburgo na Região.
A região foi deixada de lado durante esse tempo, para que as forças militares ibéricas se focassem na invasão Holandesa de Pernambuco
1584 - 1591
Primeiros anos da Fortaleza
1585
1584
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União Ibérica - Capital no nordeste, contra as invasões Holandesas.
Coroa Portuguesa: A Capital retorna ao Sudeste e a Santos
Fluxo do Capital da Metrópole.
Retomada da Coroa Portuguesa.
1640
1698
Descoberta de Ouro na Capitania de São Vicente.
1640 - 1698
Retorno da Coroa Portuguesa
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1710
Governo português ordena a ida do brigadeiro João Massé e Manoel Pimenta a Santos para examinar o local.
João de Crasto de Oliveira se oferece para edificar a Fortaleza defronte à de Santo Amaro às suas custas.
1712
1726
1710
Brigadeiro João Massé elabora os projetos da "Fortaleza do Crasto" e da modernização da Fortaleza da Barra Grande.
1721
Carta régia ordenada a alfândega do Rio de Janeiro consignar 4000 cruzados anuais ao novo governo estabelecido em São Paulo, para as obras da Fortaleza de Santo Amaro proposta pelo brigadeiro Massé.
1714
O Governo do Rio de Janeiro continuava a explicar os motivos que o impediam de enviar os 4000 cruzeiros anuais para as fortificações de Santos.
1733
Concluída Parte do Forte do Crasto
Posteriormente, em 1738, o Forte do Crasto passaria a se chamar Forte da Estacada
1738
1710 - 1733
A Criação do Forte do Crasto
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Brasil se torna independente, sob a regência de D. Pedro I do Brasil
Graças às guerras Napoleônicas, a família real Portuguesa vem para o Brasil.
Santos passa a ser uma cidade.
1808 - 1839
A Família Real Portuguesa
1808
1839
Brasil se torna a Capital do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algares.
1815
1822
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1853 - 1860
Reforma na Fortaleza
O Comandante interino da época, Tenente Coronel Alexandre de Carvalho Oliveira reclamava que "o estado do Quartel é tão ruinoso, tão incômodo e tão insalubre e pouco decente".
1853
1854
Acontecem algumas obras de reforma tão aguardadas, que foram executadas por ordem do Comandante Carvalho Oliveira.
O quartel foi considerado "em bom estado por se ter ultimado uma obra em 1854", mas ainda necessitava de algumas mudanças.
"As muralhas foram rebocadas e caiadas, mas no quartel o relatório informava que a sala precisava "ser assoalhada bem como forrar e assoalhar dois quartos", O edifício religioso "necessitava ser reentalhado, assoalhado e caiado", a casa de pólvora no alto do morro, continuava sem piso de tijolos" (pg. 153)
1860
1858
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1861
1886
Final do séc. XIX
1894
"O Fortim do Góes estava desarmado e na Barra Grande, a casa do comandante, quartel e paiol de pólvora estavam em estado de ruína."
Forte da Estacada, então denominado Augusto, já se encontrava desativado.
A última obra que aconteceu foi a reforma inacabada do quartel. Com alteração do telhado antigo para um mais alto.
Estava em andamento a elaboração o novo plano de defesa do porto de Santos, em função da chegada da ferrovia inglesa e da modernização do sistema portuário de Santos.
1861 - 1894
Desarmamento do Fortim do Góes
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"A comissão que estudava o novo plano de defesa do porto de Santos trabalhava sigilosamente com a hipótese de se criar duas linhas de defesa". (pg. 155-156)
1897
O comandante da Fortaleza, Erico Augusto de Oliveira, sabendo desses planos secretos, pedia para que fosse aumentada a verba para restauração da fortaleza.
1904
"A antiga Fortaleza do Crasto, da Estacada posteriormente denominada Forte Augusto, foi demolida no inicio do século XX para a construção da Escola de Aprendizes de Marinheiro. Nesse novo edificio, iniciado em 1906, funciona atualmente o Museu de Pesca de Santos." (pg. 156)
Os pedidos foram ignorados e em abril de 1905 a fortaleza fora desarmada após 312 anos de atividade militar na defesa do Porto de Santos.
1905
Início do séc. XX
1897 - 1905
Modernização do porto ao desarme da Fortaleza
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1950 - 1969
Primeira proposta de restauro
É formulada a primeira proposta de restauro da Fortaleza da Barra Grande, pelo renomado arquiteto Lúcio Costa.
1950
1964
A Fortaleza foi tombada como monumento nacional pelo IPHAN, mas a proposta de restauro existente não é implementada. Durante todo esse período é intensificada o processo de urbanização da área circunvizinha à Fortaleza, concentrada na região da Praia do Góes e da Praia de Santa Cruz dos Navegantes.
Destaca-se a "restauração prismática” ou recomposição volumétrica do Casa do Comandante, – centro focal do conjunto, e hierarquicamente destacada na organização do espaço militar.
A proposta de restauro
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1970 - 1990
Períodos de abandono
O tombamento federal que abrangia apenas a Fortaleza da Barra Grande é estendido ao Fortim do Góes.
1979
Mesmo tombado, o conjunto arquitetônico se deteriora ao longo de anos em que abrigou diversos usos provisórios, intercalados por períodos de total abandono. A situação desencadeia um processo de mobilização pela recuperação do espaço.
O processo de urbanização da região circunvizinha continua, evoluindo através de ocupações regulares e irregulares, estas últimas formam um núcleo de moradias subnormais, predominantemente na região da Praia de Santa Cruz dos Navegantes, que inclui palafitas.
1983
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1993 - 1997
A mobilização
1993
Em 02/09/1993 a mobilização pela recuperação resulta na assinatura de um “Protocolo de Intenções” entre o IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, a Universidade Católica de Santos e a Prefeitura de Guarujá que efetiva ações de projetos e obras.
1997
Em 1997 é finalizada a obra de restauro cujo projeto foi coordenado pelo Professor Antônio Luiz Dias de Andrade, do IPHAN, com a colaboração do Arquiteto Victor Hugo Mori.
O projeto implantado considera todos preceitos técnicos vigentes à época do seu desenvolvimento e há referências à proposta do Arquiteto Lúcio Costa datada de 1950. Dá-se início às atividades do Museu Histórico da Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande, cujo acervo possui peças arqueológicas e resgata a sua história. A fortaleza ainda conta com salas e espaços multifuncionais.
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2000 - 2021
Patrimônio Mundial
A UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) delibera a aprovação preliminar de estudo para que 19 fortificações brasileiras recebam o título de Patrimônio Mundial, entre elas a Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande. Em paralelo a isso a Prefeitura do município de Guarujá estabelece o Museu Histórico da Fortaleza da Barra, como forma de atribuir utilidade ao bem e retomar a ação cultural em seus espaços.
2017
A Fortaleza durante todo esse período abrigou nos seus espaços diversas atividades culturais, artísticas e de recreação que envolvem os moradores de toda região, e se estabeleceu nos roteiros turísticos com foco histórico cultural. Com o uso e o passar dos anos vem sofrendo processos de manutenção e melhorias, assim como tem-se desenvolvido trabalhos comunitários com moradores da sua área de amortecimento.
Com recursos oriundos de um Termo de Ajuste de Conduta, mediado pelo Ministério Público Federal, são realizadas obras de recuperação do píer de acesso à Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande, recuperação dos remanescentes da murada do Fortim do Góes, desenvolvimento de um projeto de acessibilidade local e o desenvolvimento de projeto de Educação Patrimonial que inclui o estudo da relação de pertencimento entre os moradores de Santa Cruz dos Navegantes e Góes para com o conjunto arquitetônico tombado.